segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

O que se pode dizer

Os homens estão para as máquinas
assim como as árvores estão
para os desmatamentos.
Poemas tossem debaixo dos tapetes
encostam a cabeça nas mãos.
Olho de horizonte inspirado, corajoso.
Espia nas fechaduras a afonia das gravuras.
Fotografias registradas por festivais,
que acontecem ali e lá.
Ouvem de pensamento grandes entrevistas
onde o vento faz a curva de costume.
O vizinho que repara bem se unhas polidas cavam...
se o sangue branco jorra mesmo pelos canos.
O ralo ensaia dimensão e a poesia
atira-se pela porta dos fundos - assim se soube -
nem parou pra almoçar.
Quem ganhou corpo no papel foi o poema tosco,
desdentado e só.

Nenhum comentário:

Postar um comentário