terça-feira, 30 de novembro de 2010

O poeta quer ir pra casa

Entre verdades e mentiras o dia acontece.
Talvez não deva levar em conta
aquilo que não sou e que não vou.
Os anos jovens contam-se lá para os lados do oeste,
isto é verdade.
Sinto-me inédito abrindo o livro
e aceitando com coragem os números naturais,
isto é mentira.
Meu destino prateado que julguei regar
reluz seu alumínio distante...

Então é isso que choro agora?

Nada têm a ver as folhas secas
decorando o chão das árvores
com o que deixo de ouvir neste momento:
O latido de um cão guarnecendo seu dono
no pátio da noite.
A poesia não veste a roupa, não quer comer,
não fala coisa com coisa, não acorda nem dorme direito
nem adivinha-se em versos de seda pura.
Há de sair um terço de voz, insisto.
Assim que o dia se vestir de sol
em seu rosário completo.