domingo, 29 de setembro de 2013

Corpos D'Água


Às vezes pernas falam sem parar,
notícias circulatórias,
coração bate que bate
e eu penso:
é melhor parar um pouco.
As mãos rasgam escritos
brigam com a cabeça madalena.
Ah, mas tem horas...
que as horas Graciliam a voz
que é mana do corpo
palavra resmunga, trejeito conhecido.
Quero águas que a sede é tamanha!
Umidade brilhante no olho,
suor minado na pele
Molho que espera na panela
quer descer-se sobre a carne
pra dar gosto.
Palavra é vida que acorda,
sacoleja os ombros,Finca pé
e sai decidida a molhar o dia .


É, meu,
meu poema fica à vontade comigo
enquanto isso desliza.
Manco, limpo minha Íris.
Cenas que a rua me dá
não me suportam sozinha.
A poesia me toca,
me acha pela miopia
Meu caro poema,
rasgo cartas amarelas
Ou arranjo um vitral daquilo (pronto).
Caquinhos finos Daquelas (reticências).
Que todos têm
Meu poema:
Meu jeito de não saber...
Aproxima-me a becos de existências.
E nem sabe muito bem pra onde ri.
Meu poema: minha chave em cadeia
Garganta a companhia do só.
Dedos soletram meus medos,
por ele jorro os defeitos.
Tiro a roupa da mentira
e não engulo os remédios.
Meu poema minha porta,
meu sintoma favorito.
Fico à vontade contigo.



quinta-feira, 26 de setembro de 2013

AQUI


eu tive um anjo que falava errado em bom português
eu tive um anjo que falava certo em mal português
Eu falo que minto ou minto que falo
a verdade que me ilude é a mesma que me crê
e meu nome não tem dom pra soletrar
pra só letrar.
vida ou norte, severina
vida ou morte, severina
isso é modo de estar AQUI?
toquem os sinos, ou alarmes digitais, tanto faz
toquem seus corpos ou seus sonhos, tanto faz
vamos comprar prateleiras
pra pendurar nossas besteiras.
ou vamos comprar mais besteiras.
Faz Tanto... que tanto faz.