quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

ACEITAÇÃO

Lá fora a chuva insiste em molhar a rua
e lavar o nome de uma história sem boca
por teu ou até meu silêncio que foi dito e feito.
Hoje, por hoje, eu chamo a vida com meu grito sem trajes,
encaixando meu amor sem nome
no lugar que eu quiser.
És um pronome que eu nem sei,
um sobrenome que nem vi, não escutei...
Mas é tão bom, mesmo assim,
porque sei que tantas coisas se exibem
e posso enviar o que sinto:
meu segredo sussurrado nas folhas,
nos bichinhos que só conhecem o chão.
Nas frutas adaptadas às árvores do mundo.
Na batida de carros me puxando a atenção,
nas lições sem fim que encomenda o cotidiano.
Com essa de agora:
A alegria sóbria de amarrar os cabelos sem contrações
e varrer a varanda pra dar lugar a poeira
de qualquer outro momento.

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