terça-feira, 19 de novembro de 2013

Café com motivo

eu queria que a maçã de Newton
fosse pintada por Marc Chagall
É leve, bem leve o meu olho
diante desses passarinhos
enriquecendo meu quintal.

eu queria que minhas palavras
corressem pelos dedos do Antunes
que põe as dores, as coisas
no cume, no lume, no costume
de seus próprios deslumbres.

eu queria que meu tempo andasse
no meio do mato como o Manoel,
brincando de poesia, andarilho,
endossando ou adoçando o simples
lá para os lados do el mano céu.

assim eu peço enquanto tomo um café:
assim de leve, bem leve me inscreve
na persistência da memória Dali
de seu corpo, me leve, me pede
e não me deixe mais sair daí,
de você, o melhor lugar pra ir.



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