quinta-feira, 14 de abril de 2011

Degradé - (Marta Eugênia)

A claridade especifica os objetos do mundo.
suas formas vão ressurgindo,
olhos meninos de susto contente
desvendando a caixa do brinquedo
que ainda não existiu.
As células não reinventam seus poderes de expansão?
Por tantas vezes antigas, noviças,
os versos se acendem pra mim...
Um calor arrecada a minha pele,
determina a voz do manto, esse momento.
Desmancho paisagens perniciosas, mata-borrão, patavina...
Invento outra vez o que já tive:
Meu pai mal-acordado catando sol no quintal,
minha mãe agindo um café,
um cheiro de pão dando leste à cozinha.
Tudo em claro poema pródigo esbanjando
o meu amor.

Um comentário:

  1. Sempre leio os seus poemas e gosto deles cada vez mais. Adorei ver que você andou visitando o meu blog.
    Mercinha

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