sábado, 30 de novembro de 2013

Dotes

Meu pai conspirava dotes
em redor de nossa casa:
uma pedra na frente
da porta dos fundos
dizia-se a qualquer um
que dali se via
da melhor posição
o adeus do sol de todo dia
beirando o final da tarde...
Era a pedra favorita
de meu tio Ignácio.
É a memória viva que uso
em minhas nascentes.
A cancela que avisava
o começo de nossas terras
tinha lá sua conversa
contundente.
Ouço o chiado e o batido de agora
na audição do pensamento,
dotes se abrem pra mim.

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